quinta-feira, 8 de abril de 2010

LONGEVIDADE: NOVAS ESTRATÉGIAS DE SAÚDE PÚBLICA E AÇÃO SOCIAL.

         Segundo a Organização das Nações Unidas, o número de indivíduos acima de 65 anos vai dobrar até 2030, o que tornará a terceira idade a mais poderosa faixa etária, com quase um quarto da humanidade. Outra grande conquista que também está sendo comemorada pela ONU diz respeito à longevidade, uma vez que o horizonte de quem nasce em 2010 é chegar a viver 110 anos. (1)

        Serão quase 1 bilhão de indivíduos com mais de 65 anos, na sua maioria aposentados e com experiência e tempo para trabalho remunerado ou voluntário. Serão pessoas que saberão reivindicar e participar mais ativamente dos processos decisórios da humanidade. A terceira idade será “velha”, mas não “gasta”. A medicina avança em suas pesquisas e será possível que até 2030 uma série de doenças degenerativas como Parkinson, Alzheimer e Artrite poderão ter um tratamento mais eficaz e até mesmo poderá se chegar à cura. (1)

        O envelhecimento populacional deve ser encarado como algo bastante positivo. Isso no caso de aprendermos a lidar com essa nova situação que se desponta no horizonte próximo, de maneira que os idosos possam se engajar cada vez mais na sociedade com uma participação crucial.

        Deveremos, portanto, nos programar melhor para a idade avançada desde já. Nos países desenvolvidos os idosos ocupam na sociedade um papel voluntário e de trabalho secundário. Nos países do terceiro mundo é comum trabalharmos até não agüentarmos mais, competindo com os mais jovens.

          Podemos pensar em construir uma sociedade inclusiva para a terceira idade através do fortalecimento do terceiro setor, pois os aposentados que estarão com suas condições físicas e mentais bem preservadas, poderão utilizar seus conhecimentos e experiência de vida para contribuir expressivamente para este setor que hoje requer além de sua estruturação, pessoas com conhecimentos técnicos e dispostas a colaborar com os trabalhos das diversas entidades que prestam inúmeros serviços assistenciais à sociedade.

          O Sistema Único de Saúde – SUS terá que reestruturar a política de saúde para idosos, incorporando novas ações de saúde específicas para esta faixa etária, principalmente no financiamento do tratamento de doenças que hoje estão fora de cobertura dos programas de saúde pública no Brasil e, aprimorando outras que são essenciais para a estratégia de saúde pública, mas que carecem de melhor gestão e de rigoroso acompanhamento do controle social (conselhos de saúde) e do poder legislativo (deputados e vereadores), como por exemplo, a política de medicamentos feita pelos programas de Assistência Farmacêutica e pelo Programa de Assistência Domiciliar que visa reabilitar pacientes acometidos por enfermidades que necessitam de acompanhamento de médicos e fisioterapeutas no próprio domicilio, liberando-os do leito hospitalar, o que garante ao paciente o conforto do lar e ao mesmo tempo reduz os custos altíssimos gerados pela internação hospitalar.

          A estratégia de saúde pública voltada ao TRATAMENTO que visa levar o paciente à cura, se falhar nos programas de Assistência Farmacêutica e Reabilitação, comprometerá toda a gama de ações da saúde pública com prejuízo às vezes irreversível ao paciente, sem falar do dinheiro público desperdiçado. A falha nesses programas geralmente ocorre por incompetência do gestor publico ou por má fé, podendo ocorrer também pela somatória dos dois fatores. Essa prática criminosa tem que ser combatida com veemência pelos responsáveis pela fiscalização dos recursos públicos (vereadores e deputados).

          A incorporação nas ações do SUS de políticas públicas voltadas ao bem estar da população através da prática de esportes, alimentação saudável e regras de higiene e limpeza, possibilitará que as pessoas envelheçam com saúde e com participação ativa na sociedade.

         Um papel importante que poderá cada vez mais ser exercido pelas pessoas aposentadas é ocupar cargos públicos administrativos e legislativos, pois sua experiência de vida o levará também a interferir nas políticas públicas estruturais voltadas ao melhor aprimoramento da sociedade que estará sendo preparada para a cultura da longevidade. Temos que pensar seriamente nisso, pois se Deus quiser, haveremos todos de chegar aos 110 anos com muita saúde e disposição.

(1) Fonte: Revista Carta Capital, ano XV nº. 589

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