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quinta-feira, 25 de março de 2010

O retorno dos bingos entre a sorte e o azar

A possibilidade de regulamentação dos bingos no Brasil, que, conforme estabeleceu o Supremo Tribunal Federal, somente pode ser feita pelo Governo Federal, precisa ser amplamente discutida por especialistas no tema e representantes da sociedade. Não há dúvida de que a atividade é geradora de emprego e renda e cumpre o seu papel no universo do entretenimento. No entanto, é primordial garantir a legalidade de todas as casas e a lisura dos jogos, preservando-se o direito dos freqüentadores, boa parte deles idosos, que tinham no bingo uma alternativa vespertina de lazer.

Consideradas essas questões, fica clara a necessidade de controle do Estado, com rigorosa fiscalização. É neste aspecto que a nova proposta aventada pelo governo já nasce com alguns equívocos. O mais grave deles é a tendência de se outorgar à Caixa Econômica Federal o controle dos bingos e a emissão das cartelas. Ora, essa é uma atividade muito distante da vocação de um banco, cuja visão é focada no lucro. Não é possível conceber o retorno dos bingos sem uma vertente social para parcela da receita e, respeitando-se o direito sagrado ao lucro, respeito às chances dos apostadores, dentro dos limites e riscos aceitáveis para qualquer jogo.
Desse modo, o debate do tema - no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), como autorizou o governo, e no âmbito da sociedade, como pressupõe a democracia - precisa considerar a criação de uma agência reguladora para os jogos de maneira geral, como existem em segmentos nos quais é primordial a arbitragem do Estado, como energia elétrica, saúde e telecomunicações. Somente a instituição de um órgão gestor para fiscalizar e regular o funcionamento de todos os jogos, com a participação dos empresários do ramo e membros do governo, pode garantir que o usuário, as empresas e a própria União tenham bons resultados. Há boas expectativas com relação às intenções do governo, mas se os bingos ficarem subordinados à Caixa Econômica Federal, como estão as lotéricas, os empresários terão menor interesse no negócio e o erário público perderá parte da arrecadação por conta das baixas comissões pagas pelo banco, pois ela fica com a maior fatia da taxa de administração dos jogos, correndo-se o risco de que a atividade comece a ser exercida de forma não regulamentada, em virtude da baixa remuneração.
A experiência real nesse campo não tem sido positiva. A Caixa Econômica e o governo ignoram a real situação do empresário lotérico. Esquivam-se, por exemplo, da discussão dos problemas enfrentados pela rede, principalmente com a introdução do serviço de correspondente bancário (em especial na cobrança de contas públicas e pagamentos de proventos a aposentados e pensionistas), que prejudica a venda de jogos e remunera o empresário muito abaixo de suas necessidades.
As sugestões dos lotéricos jamais são consideradas como deveriam. O Governo Lula não ouve, não vê e não fala sobre os problemas desses empresários. Caso tal modelo de relacionamento não seja revisto, os bingos já serão regulamentados com os mesmos vícios e problemas, e o seu retorno não pode ser uma ação irresponsável e permeada de riscos. A emoção inerente a esse jogo deve ser reservada ao público. O governo e a sociedade, contudo, não podem ficar expostos aos caprichos do azar.





sexta-feira, 12 de março de 2010

PROIBIÇÃO DE BOLÕES NA REDE LOTÉRICA

Apesar de não existir nenhum dispositivo jurídico em nossa legislação que diga que a venda de bolões é pratica ilegal, a Caixa Econômica Federal insiste em não permitir que o empresário lotérico comercialize esta modalidade de aposta em grupo. Estamos procurando uma maneira de se resolver esta situação, pois como não há ilegalidade expressa, não há por que proibir. O bolão, inclusive, já é prática incorporada e solidificada entre os apostadores de todo o Brasil há mais de trinta anos. Através dessa modalidade de apostas em grupo, vários grandes prêmios foram divididos entre apostadores, fatos que foram largamente divulgados pela mídia e em nenhum momento esta modalidade de aposta foi questionada por ninguém, nem mesmo pela Caixa, que efetuou o pagamento de forma fracionada a todos os participantes dos bolões contemplados nos respectivos sorteios.

Caso a decisão da Caixa Econômica Federal continue sendo pelo não reconhecimento do bolão, já existe no Estado de São Paulo um movimento muito forte entre os empresários lotéricos para que seja negociada com uma outra instituição financeira a prestação de serviços de correspondente bancário, que temos certeza que a remuneração paga ao empresário será superior ao que hoje vem sendo pago pela Caixa, quando então o lotérico constituirá uma nova empresa em um outro local com a finalidade de prestar esses serviços, abrindo então a possibilidade do empresário organizar com liberdade, sem as limitações contratuais da permissão, grupos de pessoas que se juntarão para realizar apostas coletivas, ou seja: Bolões.